domingo, 9 de outubro de 2011

Não aprendi a dizer adeus…

Não, eu não vou falar sobre música sertaneja. Aliás, eu detesto esse tipo de música. Vou falar sobre perda e despedida que são coisas bem difíceis.

Na sexta-feira, perdi meu avô paterno. Ele já estava com 86 anos e já tinha alguns problemas de saúde decorrentes da idade. Eu não o via há alguns anos. Ele morava em São Leopoldo, cidade próxima a Porto Alegre, mas a correria da vida cotidiana e os mil afazeres e compromissos que todos costumamos ter acabaram me distanciando da parte da família que lá reside, apesar de sempre trazer no coração meus avós paternos, pois tenho belas lembranças deles, especialmente da minha infância, quando convivíamos com maior frequência.

É difícil lidar com uma perda inesperada. É difícil lidar com a culpa quando sabemos que poderíamos ter sido mais presentes. Porém o que vale mais é o sentimento.

A perda faz com que reflitamos e possibilita a mudança. A perda faz com que paremos e demos valor ao que realmente importa nesta vida. Eu ainda posso me fazer mais presente para as pessoas que me são caras e que continuam encarnadas. Para meu querido avô paterno, já não posso mais, mas tenho certeza que ele também guardava boas lembranças minhas. Eu sei que o amava e espero que ele também soubesse disso.

É fato que a vida é mesmo estranha. Há cerca de um mês, eu e meus irmãos planejamos ir a São Leopoldo para visitar nossos avós, mas a visita não se concretizou por diversos motivos. Isso também me dói, mas a vida é mesmo assim.

Além da minha dor, doeu sentir a dor do meu pai e a dor da minha avó. Doeu ver o meu pai que tanto amo chorar e se sentir desolado e desamparado e saber que pouco eu poderia fazer para confortá-lo. Fiz o que pude fazer. Estive ao lado dele e cumpri minha missão com a ajuda dos meus irmãos (missão essa que não cabe comentar aqui, mas que algumas pessoas saberão do que se trata).

Quantas coisas se passam pela nossa cabeça numa hora difícil como essa. Quantas lembranças. Quanta dor. Para mim, sendo a primeira perda de um ente querido, ficou claro que eu não aprendi a dizer adeus. E creio que talvez nunca aprenda…

Meu querido avô paterno agora canta para os anjos no céu. E nós ficamos aqui com muita saudade, desejando que ele tenha muita luz e paz no novo plano em que se encontra. Vô, se por acaso eu ainda chorar como ocorre agora, me desculpe, é porque te amo.

N - Daniela

vô fraga e vó diva

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